Vingadores: Guerra Infinita

Lançado em 2012,Os Vingadores - The
Avenger marcou o primeiro grande encontro dos heróis do
Universo Cinematográfico da Marvel. Ali, nos deparamos com Homem de Ferro,
Thor, Capitão América, Hulk, Viúva Negra, Gavião Arqueiro. Três anos depois foi
a vez de Vingadores: Era de
Ultron, que contou com a adição de Feiticeira Escarlate,
Mercúrio, Visão e Máquina de Combate. Agora, passados mais três anos,
temos Guerra Infinita e um número de heróis que até
constrange os dois primeiros filmes.
A Marvel construiu um universo
no cinema calcado na capacidade de adaptar e modificar seus personagens criados
nos quadrinhos. A noção de que a mitologia inventada por Stan Lee,
Jack Kirby e tantos outros teria que ser alterada, sem perder
a essência, talvez tenha sido o ingrediente mágico na receita que hoje norteia
Hollywood. Dez anos depois do pontapé inicial, o estúdio entregou nas mãos dos Irmãos
Russo a missão de encerrar o primeiro arco dos Vingadores.
Guerra Infinita cumpre essa tarefa com êxito e
se mantém fiel às características que fizeram a Marvel ser tão aclamada nos
últimos anos.
Mais do que um filme de aventura
ou ação, como a maioria de seus antecessores, essa empreitada dos heróis tem um
senso de urgência muito maior. É um evento. Ou seja, os riscos são evidentes e
impactantes. Tudo tem consequência. Para que isso fosse sentido pelo público,
os roteiristas Stephen McFeely e Christopher Markus
optaram por tornar o vilão Thanos o centro da história. Vingadores: Guerra
Infinita é um filme carregado pelo inesperado carisma do antagonista, que
tem motivações contextualizadas, críveis e se encaixa perfeitamente no universo
apresentado - ele é cruel, misericordioso, tem senso de humor e é amável. Tudo
isso se deve também a boa atuação de Josh Brolin como o titã,
perfeitamente construído pela empresa de efeitos visuais ILM.
Essa persona de Thanos é
construída a partir da busca pelas Joias do Infinito, as pedras que ilustram o
título do filme. Nessa incessante procura, ele apresenta facetas e relações que
o deixam mais próximo ao espectador, criando empatia a partir das atitudes que
tem com coadjuvantes como Gamora. A relação dele com as filhas é o que norteia
a trama de Guerra Infinita, e talvez seja o maior acerto da Marvel,
que pela segunda vez acerta em cheio na construção emocional de um vilão - a
primeira foi com Killmonger, de Pantera Negra. Os sentimentos e a humanização
do personagem são apresentados sem pieguice e com diálogos simples, sempre
visando o objetivo final da aventura e com a consciência de que o filme é um
blockbuster sem pretensões filosóficas.
Com um inimigo estabelecido,
resta aos diretores o desafio de conciliar tantos heróis na mesma história. E a
competência mostrada em Guerra Civil é repetida aqui, em uma escala
bem maior. Enquanto no último filme do Capitão os irmãos patinaram para
entender como reverberar os problemas do dilema central (a briga entre Steve
Rogers e Tony Stark), aqui todos os envolvidos são impactados de alguma forma.
O núcleo dos Guardiões funciona perfeitamente com Thor, tanto na parte cômica
quanto na dramática. A transformação do Deus do Trovão é notória, que
finalmente encontra um caminho entre a comédia e eloquência celestial, continuando
o que foi introduzido em Ragnarok.
O impacto terrestre é sentido
pelo grupo liderado por Homem de Ferro, Homem-Aranha e Doutor Estranho, por
mais que eles estejam em diversos lugares ao mesmo tempo. Robert Downey
Jr. repete a ótima química com Tom Holland e mostra
que pode funcionar bem com Benedict Cumberbatch. O trio também
serve como lembrete da Batalha de Nova York e dos poderes das Joias, explicando
o impacto que o poder de Thanos terá sobre o universo - além disso tudo,
protagonizam uma das melhores cenas de ação da história da Marvel. É a
comprovação de que os Russo evoluíram muito na hora de dirigir momentos
abarrotados de efeitos especiais. A sequência utiliza os poderes de cada herói
e no final entrega a emoção necessária para um evento do tamanho de Guerra
Infinita.
O impacto terrestre é sentido
pelo grupo liderado por Homem de Ferro, Homem-Aranha e Doutor Estranho, por
mais que eles estejam em diversos lugares ao mesmo tempo. Robert Downey
Jr. repete a ótima química com Tom Holland e mostra
que pode funcionar bem com Benedict Cumberbatch. O trio também
serve como lembrete da Batalha de Nova York e dos poderes das Joias, explicando
o impacto que o poder de Thanos terá sobre o universo - além disso tudo,
protagonizam uma das melhores cenas de ação da história da Marvel. É a
comprovação de que os Russo evoluíram muito na hora de dirigir momentos
abarrotados de efeitos especiais. A sequência utiliza os poderes de cada herói
e no final entrega a emoção necessária para um evento do tamanho de Guerra
Infinita.
O ritmo e a construção da
narrativa só não são acompanhadas por Capitão América e Cia. Ainda que as cenas
de ação em Wakanda sejam muito melhores do que as de Pantera Negra e a
relação entre Feiticeira e Visão funcione, o roteiro tira todo o peso de Steve
Rogers, Bruce Banner e T'Challa. Eles brilham em momentos de ação, mas pouco
influenciam na história e por isso parecem sempre de lado, menos importantes
perante ao que os outros heróis estão sofrendo. Como o cerne de Rogers no
cinema era o conflito Stark, pouco sobra para questionar - o lado guerreiro de
todos os seus companheiros é mais explorado do que o dramático. No fim das
contas, o mais humano dos heróis se torna o menos interessante.
É admirável a capacidade de Guerra
Infinita de tornar o vilão o melhor traço de um filme que tinha tudo para
ser o palco principal dos heróis. Thanos rouba a cena de forma inesperada, com
personalidade e sem a loucura desvairada de vilões típicos. Há propósito, há
justificativa e há alma em todas as palavras ditas pelo gigante roxo, que
também proporciona aos heróis as cenas de ação que ficarão na memória do
público por muito tempo. A Marvel entrega tudo que os fãs queriam, mostra
evolução no tratamento de seus personagens e se mantém fiel à receita de
entretenimento que a fez ser o ícone do cinema contemporâneo. Vingadores:
Guerra Infinita é o evento prometido do início ao
fim, e o começo de uma nova era no gênero de super-heróis.
Mas o principal mérito dos Russo
está em unir todo mundo num mesmo filme. Usando uma metáfora óbvia de carnaval,
podemos dizer que eles receberam nota dez em harmonia. Tudo funciona em
sintonia e as transições de núcleos são bem interessantes. O núcleo de Guardiões
da Galáxia traz músicas e cores no estilo da produção e o mesmo
acontece quando a ação vai parar em Wakanda.
Vingadores 3 acerta,
inclusive, no uso de sua cena pós-crédito. Não há a utilização saturada
de Guardiões Vol. 2. Temos apenas uma cena. E uma cena
importante, que abre portas para o futuro e deixa um gostinho de quero mais. Um
filme com um final impactante não merece várias cenas de piadinhas durante os
créditos e, felizmente, isso não ocorre.
Mesmo sendo o filme mais longo da Marvel, com quase duas horas e meia de duração, Avengers: Infinity War (no original) não possui problemas de ritmo. Na verdade, quando acaba, a sensação é de poderíamos ficar ali mais um tempinho. Infelizmente, teremos que esperar até 2019.
Mesmo sendo o filme mais longo da Marvel, com quase duas horas e meia de duração, Avengers: Infinity War (no original) não possui problemas de ritmo. Na verdade, quando acaba, a sensação é de poderíamos ficar ali mais um tempinho. Infelizmente, teremos que esperar até 2019.
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